domingo, 19 de julho de 2009

Devir-Estamira

Banda Estamira (DF)

Estamira

Por Thiago Vasconcelos em homenagem a banda Estamira

Pulso
Pulsão
Desejo
Devir

Rasgando
Aos sete sons
Meninas, garotas
Som em fúria

Guitarras, caixas e pratos
Estalos distorcidos
Contrabaixo incendiado
Vocais aos ventos

Luzes e pedais
Gritos desmedidos
Saltos, slaps
Bends e harmônicas

Palhetas insanas
Baquetas invisíveis
Cabelos e rastas
Furor e tornados

Olhos e olhares
Cordas desnorteadas
Perdidas e sincronizadas

Fisgante
Delirante
Apaixonante

Meninas, garotas
Rock, metalcore
Hipnose estamírica
Tempestade Estamira





sexta-feira, 26 de junho de 2009

A vida

A vida? Aquela?
Tá vivendo por aí...

Thiago Marques

Folhas

Onde está o mar?
Onde está o céu?
Onde está o azul?
Onde está?

Onde? Onde?
Brincando por aí
Com brilhos por aqui

e na dança...
todos foram luar
todos foram cantar
todos foram...

Desapareceu
Sem voz, sem luz
sem nada...

Devires...
Sempre...
Devires

Linda
Suave
Tocante...

Música ao sentir
o vento de junho
a brisa,
aquela...

Folhas azuis
no mar...

Folhas vermelhas
no céu...

Folhas perfumadas,
cintilantes
em mim...

Thiago V. Marques

terça-feira, 7 de abril de 2009

A dança

Foto de Carolina Lima

A dança

O vestido dança
em volta dos pés
E tudo que dança voa
O céu palpita
E as flores tecem

Os pés se cruzam
deitados no mar
e o tecido brinca
ou quem sabe, sonha

Onde vão?
Flutuando
a beijar?

Deitada, sorrindo
a imagem canta

Pequena melodia
dança do luar
Perdendo
Desaparecendo
No eterno

Cores suaves
Montanhas sem véu
os pés dançam
os pés descansam

Dançamos
à suave música

Beijamos
ao suave canto

Descansamos
ao cruzar dos pés

Thiago V. Marques




sábado, 28 de março de 2009

Poesia fotográfica




Quero uma poesia, não uma poesia qualquer, mas uma poesia que me faça viver, que me faça sentir, que me faça desejar.

Quero uma poesia , mas pode ser também uma fotografia, não uma fotografia qualquer, mas uma que me liberte de tudo que me prende, de tudo que me mata.

Palavras poderiam beijar de vez em quando, as cores poderiam amar vez ou outra.

Não queria mais dormir, queria ficar acordado, eternamente, mas a vida cansa, que coisa não?

Quero uma poesia, mas pode ser também uma fotografia...

Queria sentir as flores, malditas e maravilhosas flores!

Dance, exiba a beleza do seu corpo...
Preciso daquela coisa que todo mundo quer...

Daquela coisa que a poesia quer mostrar
que a fotografia quer beijar...

Preciso de liberdade, liberdade de mim mesmo, liberdade, preciso correr...
Desejos estranhos, pensamentos estranhos...

Quero uma poesia, mas não uma poesia qualquer,
Talvez uma poesia daquelas que todo mundo quer...
Uma poesia fotográfica, uma poesia de amor,
Uma poesia de mim para mim,

Preciso desaparecer para poder ressurgir,
Preciso morrer para reviver,

Preciso viver, sentir, nem que seja uma dança,
Preciso me arrancar de mim, fugir de mim,

Na verdade, eu preciso de felicidade,
Qualquer uma, por favor.

Preciso de uma poesia, mas não uma poesia qualquer...

Thiago V. Marques

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Pra quê?

Pra quê?
Thiago V. Marques

Eu poderia falar da tristeza...
Mas... pra quê?

Eu poderia falar da angústia...
Mas... pra quê?

Eu poderia falar do desespero...
Mas... pra quê?

Se eu posso falar do coração
Da paixão... do amor.

Se eu posso falar da alegria,
Da emoção em ver teus olhos

Se há mais desejo do que parece
Se há mais luz do que se vê.

Eu poderia cantar a dor
Mas... para quê?

Eu poderia beijar as lágrimas
Mas... para quê?

Eu poderia... morrer
Mas... para quê?

Eu poderia... sim, eu poderia
Mas... não encontro disto o porquê.

O porquê de não amar
De não viver, de não sorrir

De não sentir, de não dançar
De não ouvir, de não sonhar

O porquê de não olhar
De não gritar, de não se apaixonar

Eu poderia, sim... eu poderia
Mas... Para que?

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A arte da leveza

"Livro de Poesia" de W. Maguetas

Talvez uma obra de arte seja bela quando consegue tocar o fundo da alma de quem a vê. Que relação há entre o livro e a mulher? Tanto a poesia quanto esse delicado estar-deitada parecem se encontrar na mais profunda paz, no mais profundo silêncio e leveza.

Esta obra me acalma, não sei porque, mas me acalma, nela não há nenhuma obrigação, nenhum dever, nenhuma moral, nenhuma ação, há apenas um deixar-ser, um maravilhoso deixar-se-entregar. A harmonia brilha serena e bela.

E as cores? A sombra? A luz? Tudo permeia essa bentita leveza. Talvez essa obra seja bela porque nos tira desta tão cansativa vida cotidiana. Talvez a arte sirva pra isso: para nos levar à outro mundo, à outro olhar, à outro movimento, para nos fazer sentir a vida que pulsa e nos escapa a todo momento.

Não conheço muito bem o pintor, aliás, nem entendo muito de pintura, mas pra sentir a paz de tal moça, basta se permitir olhar e apreciar, deixando pousar os olhos no deixar cair do corpo, do livro, da cama, das cores...ou seja, basta deixá-la descançar.

Thiago V. Marques