Essa manifestação estudantil para mim na época atual da UNB, e até do Brasil, foi a mais interessante, a mais forte, a mais linda e a mais politizadora.Pelos seguintes motivos:
1. União entre as mais diferentes tendências do Movimento estudantil por um objetivo comum, fazia tempo que isso não ocorria. UNE, juventudes partidárias (PSol, PT, PSTU, PCdoB, PCO), autonomos, Independentes, CAs conseguiram se unir pela universidade. Isso é um exemplo para a esquerda!
2. Foram corajosos e perseverantes, não se deixaram abater com as dificuldades: sem agua, sem luz, dormir naquele lugar etc.
3. Foram ousados, ocupando uma reitoria, quando nem o sindicato dos professores, nem o sindicato dos funcionários apoiavam tal ação. Não reduzindo assim a política ao direito.
4. Foram altamente organizados. Montaram uma rede de organização altamente madura: coordenações de comunicação, de logisitica, de artes, etc etc. Saíram sem quebrar nada, tinham uma programação todos os dias, discussões políticas, musica, arte.
5. Decidiam as coisas via assembleia sempre, e eram fiéis a elas.
6. Conseguiram lidar com a mídia muito tempo, usá-la a seu favor, tanto que isso ajudou muito o movimento, nunca o Correio por exemplo fez reportagens tão pró-estudantes como as que foram feitas.
7. Enfim, derrubaram o reitor, o vice reitor, a cúpula!
8. Porém, não era só isso que estava em pauta. Lutavamos tambem pela paridade, pelo fim das fundações privadas, por novos concursos e mais um monte de coisa. A midia entretanto não se interessa por isso, o que vale hoje para a sociedade é a pauta ética, pauta política pouco importa. Então, após a saída do Reitor começou as criticas vindas da sociedade e da mídia. No entanto, tinhamos que nos manter firmes, ae conseguir pelo menos mais alguma coisa, e conseguimos, fomos na reunião do Consuni ( eu fui, fiquei espantado com alguamas manobras da mesa), e conseguimos aprovar uma comissão paritária para ver o regimento das eleições e uma comissão também paritária para o congresso instituinte ( esse foi outro exemplo de maturidade estratégico-política, pois se tivessemos batido o pé nesse momento na paridade já naquele conselho, tinhamos saidos derrotados). Com essas comissões o caminho para a paridade fica mais fácil.
9. Mas além disso o novo reitor deu uma demonstração de diálogo e nós conseguimos apoios e assinatura deles para vários outros pontos da nossa pauta.
10. Então aí foi o momento de sair da reitoria, tinha sentido continuar ali? Para o movimento estudantil sim, pois não não conseguimos ainda a paridade. Porém a sociedade e a mídia ia nos escrachar! E o movimento poderia perder força. Então saímos, mas como disso o Fábio do DCE, para ocupar toda a universidade!
11. Espero agora que a gente consiga manter a mobilização dos estudantes e conseguir a paridade e o congresso instituinte, para finalmente termos democracia na UnB, e mais controle do dinheiro público.
12. Eu avalio esse movimento assim, como uma vitória dos estudantes, ganhamos apoio d emuito professores e funcionários, como por exemplo o grupo do UNB LIVRE. Fiquei muito feliz. E esse movimento serviu de inspiração para outros estudantes, como os de direito da UNIEURO que fizeram uma manifestação em frente a sua reitoria pela qualidade do ensino e outras coisas.
Thiago Vasconcelos Marques